O ALEXANDRE, O GRANDE E O CAPACETE
Chega com a sua mala cheia para as férias e com 9 anos de corpo.
Traz roupa para todas as ocasiões do dia, animada por heróis do fantástico e da banda desenhada.
Tem mil sorrisos, um de cada cor, uma ânsia de viver inigualável.
Pula, anda depressa, corre, atira-se para o chão, rebola, enche os calções de verde relva.
Toma cinco banhos por dia, um quando acorda, outro porque vai para a piscina, outro porque esteve na piscina e outro porque mais logo ainda vai para a piscina. Atira-se para o alto, despe-se no jardim, toma banho de mangueira, anda por cima dos muros, da casa, atrás dos gatos e dos pássaros.
Dá beijos e abraços, tem uma pele de pêssego, de seda e sede de perguntas.
Jogamos à bola no jardim...
A - O Alex, chuta uma pergunta.. O que é um blog?
R - Eu defendo, respondo
A – O que é empinado?
Eu já tive stress?
De quem é essa camisola?
É melhor do que a nossa?
R - :S
Um – Zero (Ganha o Alex)
A – Trouxeram a roupa?
Compras-me uma mala daquelas?
Podemos vir cá no Natal?
Tens medo das alturas?
Avô, você pode crescer mais um centímetro?
Quanto é que pesa um violino?
Tocar violino é difícil?
Dois – Zero
Posso, ter um cartão de crédito?
R: Quando tiveres 18 anos podes.
A: Então não faz mal. Faz de conta que tenho 18 anos. Dá-me um cartão de crédito.
R - :x
A – Tu és madrinha?
O que é pimba?
Eles ficam marrecos porque andam de bicicleta?
Porque é que os mosquitos vão para a luz?
Quantas vezes me posso casar?
R - :P
Grande área, Alexandre, com o pé direito,
Ó pai o que é que queres que eu seja quando for grande?
:S
gooooooolooooo
A: Artista? Tu és artista? Os artistas ganham muito dinheiro?
Ó mãe, os artistas são felizes?
O governo espanhol é melhor que o português?
As abelhas picam? Porquê?
Ó Gui, porque é que os gatos nasceram na floreira?
G: xiuuu, não faças barulho, senão a gata leva-os para outro lado.
A: Porquê?
Goleada total... Alexandre ganha o jogo

O Alex, anda a conhecer o Mundo, a colocar cada peça do puzzle no lugar que lhe parece lógico e pergunta para confirmar. Para o que o rodeia lhe fazer sentido, para perceber onde se encaixa e onde encaixam as coisas e os outros.
À maioria das perguntas, não consegui responder! Fiquei atónita. Limitaria o Mundo dele! Quem sou eu para lhe afirmar que isto é bonito, melhor ou Leve?
Simplesmente passei a bola, sem defesa, sem ataque. O que te parece? O que achas tu?
De súbito voltei ao zero, ao um, dois, três, por aí fora...
Perguntei-me.. A quem fiz eu as minhas perguntas?
Fiz perguntas?
Quem é que me respondeu?
O que é que isso significou para mim?
Eu limitei o meu mundo ao ouvir a resposta? Expandi-o?
A quem fazes tu as tuas perguntas? Como é que interpretas as respostas?
O que significa isso para ti? Torna-te mais próximo do que queres?
Constrói a tua realidade? Destrói?
Para que perguntas? E porque não?

“Não devemos parar de explorar e o fim de toda a nossa exploração, será chegar ao ponto de partida e ver o lugar pela primeira vez” T. S. Eliot

A: Deixa-me tirar-te uma foto... Vá lá vá lá vá lá vá lá
Dás-me o teu capacete?
R: Não.
A: Porquê?
R: Porque é uma recordação e porque já me salvou a vida um dia
A: Foi? Porquê?